Thursday, March 08, 2012

O bendito Acordo Ortográfico e os seus eruditísimos detratores


 

 
Eheheheeh! A respeito do texto cujo início mostro (completo no link aqui).

É engraçado, mas a evolução da língua tem sido isso mesmo, muito por conta da via popular e muito pouco pela via dita erudita (que, na maioria dos casos, “vai atrás” das alterações e explica como foi).
 

A escrita, melhor a ortografia (com toda a carga que lhe confere o “orto”) é uma espécie de âncora que evita que, de repente, cada um escreva como melhor lhe apetecer e que cada uma dessas grafias “pessoais” seja aceite como boa. O reconhecimento pela comunidade de uma ortografia (isto é, definir que uma grafia é a correta e todas as outras incorretas) não é mais que a tentativa de dar estabilidade à língua evitando que a oralidade determine a escrita a curto prazo – a longo prazo, é um dado adquirido.

 Naturalmente toda a “orto” qualquer coisa, neste caso a ortografia, tem que assentar em regras umas que vêm de trás, outras que são criadas pela constatação de uma prática e/ou de uma conveniência (por exemplo, acentuar as palavras esdrúxulas, regra do início do século XX, mais coiso menos coiso).

O AO (e os que se lhe seguirão) não é mais que a constatação de que Portugal não é dono da língua que espalhou pelos sete mares e, se quer, de algum modo, “segurar” a sua evolução (é uma língua viva – felizmente) tem que “acordar” regras com as restantes comunidades (não portuguesas) que usam a língua que os nossos antepassados lá plantaram.

 Desgraçadamente, o que me parece que ressalta da maioria dos textos dos intelectuais que contestam o AO 90 é uma “indignação” (bacoca? Provinciana? Saloia?...) por uma putativa cedência “aos brasileiros” esses neocolonialistas cujos investimenntos cobiçamos mas cuja influência na sacrossannta língua execramos.

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