Sunday, August 01, 2010

RECORDAM-SE DA NOJOUD?

Se não se lembram, vejam aqui a estória de uma miúda de dez anos "dada" em casamento (em troca de umas centenas de dólares) a um marido de 32 anos. Na noite de núpcias o tipo não foi de intrigas e consumou o casamento, consumação (ou consumição...) que prosseguiu de vento em popa nos meses seguintes.

A miúda teve uma aberta e fugiu de casa. Apresentou-se a tribunal e depois de algumas peripécias foi-lhe concedido o divórcio.

O pai e o marido foram absolvidos.

Um ponto a destacar, que o livro refere mas não destaca: a miúda não sabia para onde fugir nem o que fazer e foi a segunda mulher do pai, analfabeta e vivendo de esmolas, que lhe deu o conselho de ir a tribunal porque era dever do juíz ajudar os desprotegidos. Fantástico!

Se arranjarem o livro não deixem de o compar até porque os direitos de autor revertem para a educação da catraia que quer ser advogada para defender as miúdas sujeitas à provação por que ela passou.

O problema dos casamentos precoces é muito grave no Yemen e é uma das principais causas de 70% das mulheres serem analfabetas. A honra (esse conceito merdoso, suporte de todas a Mafias e perpetuador de muitas injustiças) impede a família de tentar meter a sua colher entre o marido e a mulher e leva até a situações perfeitamente inconcebíveis.

Se não, reparem: no Yemen, uma catraia de 9 anos morreu três dias depois do casamento com um noivo adulto (consumado, claro!); o pai da miúda apressou-se a pedir desculpas ao noivo e, como reparação (!), deu-lhe a mão (e o resto...) de uma outra filha, de sete anos.

It's a men's world, it's a mad world!

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