Saturday, November 22, 2008

MORTE DENTRO DE CASA - QUEM DEFENDE AS MULHERES?

COMO É POSSÍVEL MORREREM ESTAS MULHERES?

pergunta o Expresso num trabalho de Raquel Moleiro, encimado com 43 cruzes, com os nomes das mulheres mortas por maridos, ex-maridos, namorados e, num dos casos, pelo filho, que matou pai e mãe, de cabeça perdida por presenciar frequentes cenas de pancadaria (matou-se a seguir).

Cliquem na imagem para verem o resumo de cada tragédia.

Sintomaticamente, o único homem morto da lista é o tipo que batia na mulher (tadinho, sofria de stress de guerra...) e o filho acabou pot matá-los (e mater-se).

Nem um único caso de homem maltratado e morto pela mulher...

Cliquem na imagem ao lado para ampliar e ler

Retornem com <-

Já em tempos dei a devido destaque ao caso de uma mulher escravizada por um zero à esquerda (mas com pila...). A senhora, ao que parece, resolveu acabar com o cabrão antes que ele acabasse com ela, como sucede em muitos casos, e guardou-no numa arca frigorífica. Mas leiam a estória que é edificante...

Aqui fica o link para um dos textos que mais me encheu as medidas ao escrevê-lo, em particular pelo seu fecho.

O artigo notável que o traz Expresso este sábado dá conta da tragédia que continua a operar-se dentro de portas, extravasando algumas vezes, em particular já depois da separação ter ocorrido.

Este é um crime em que a sociedade falha sistematicamente na protecção à vítima que fica, na maior parte dos casos, à mercê do agressor, mesmo depois da vítima ter apresentado queixa, mesmo depois de o tribunal ter determinado medidas, mesmo depois da vítima ter encetado nova vida, noutro lugar.

Por estas e outras é que eu acho que esta é uma das pouquíssimas situações em que o conceito de legítima defesa deve ser estendido a actos preventivos, em vez de estes serem automaticamente considerados crime com premeditação.

2 comments:

Anonymous said...

O Dr Zeco disfarçado já não acredita no stress de guerra? Alguma vez acreditou?
Não lhe parece que dizer "tadinho, sofria de stress de guerra..." é gozar com toda uma geração que foi torturada e violentada em África e de lá voltou com uma doença que já não é mistério nenhum?
Até os saudosos do tempo da outra senhora falam dessa doença com toda a naturalidade, já sem as acusações de que era a doença do Dr Afonso de Albuquerque, inventada para os colegas terem emprego.
Devia ter mais respeito pelos seus antigos camaradas.

Marques Correia said...

Caro Anónimo sério e bem educado, é pena que tenha passado pelo assunto do post como cão por vinha vindimada, se é que que me permite esta metáfora.
A violência sobre as mulheres, em particular a violência extrema não o "acende".
Acende-o, sim, a referência que faço aos stressados que enfardam nas mulheres...
Que quer, amigo, nunca me convenceram os malucos a quem só dá para lixar os outros, em particular os que lhe estão mais à mão: a mulher e os filhos.
Veja lá se lhes dá para bater na polícia, ou no antigo comandante?!
É mais perigoso, certo?