Saturday, May 03, 2008

A saúde não pode ser um negócio (ai, não?!)

O Presidente do Tribunal de Contas, compagnon de route da malta de esquerda que viria a fundar, filiar-se, fundir-se ou dissolver-se no PS, a propósito do fim do contrato entre o Ministério da Saúde e o BES Saúde para a gestão do hospital Amadora Sintra, saíu-se com o one million dollar point que nos atiram de longe em longe: a saúde não pode ser um negócio e a gestão pública da saúde deve apenas visar a prestação do serviço público e não a obtenção de lucro.

Como diria o saudoso Barbeiro: palavras inúteis!

Realmente, qualquer bardamerdas de argumentação titubeante se lembrará de pronto que o negócio dos médicos e das clínicas privadas, o serviço que prestam para obter lucros é, precisamente, a saúde.

E se quisermos, pudicamente, fugir ao conceito de lucro, podemos sempre dizer que a prestação de serviços de saúde por médicos e clínicas privadas (farmácias, ervanárias, parteiras, bruxas, endireitas, etc, etc, etc) se faz em troca de uma remuneração que dará para pagar as despesas necessárias para prestar o serviço e sobra a remuneração que o médico (ou colega) leva para casa e a clínica lança na sua contabilidade (ou não...).

Então e os hospitais públicos não podem gerar lucros? Como diria o inefável Boshoff: quer dizer depende, não é?!

Se o hospital tiver uma gestão independente do Ministério a quem presta contas a prazo superior a um ano, é claro que poderá gerir as verbas (receitas próprias, subsídios, etc, etc) de modo a acumular, se para tanto tiver unhas, resultados positivos (os "famigerados" lucros) durante dois ou três anos para poderem comprar um aparelho de TAC ou um gerador melhor para o bloco operatório.

Mas há uma outra forma de gerar lucros e melhorar os serviços: contratar uma empresa especializada em gestão hospitalar, fazer melhor com menos dinheiro e chegar ao fim do ano com contas equilibradas, depois de retirada a remuneração pelo serviço prestado (refiro-me ao da gestão do hospital).

A rapaziada de esquerda dirá que o hospital deu lucro e que a empresa gestora se apropriou, indevidamente, desse lucro. Dirá mais: que o que a empresa gestora fez, os kamaradas funcionários públicos também teriam feito, se lhes tivessem sido dadas condições...

. . . . . . . .

Há malta que nunca aprende, mesmo com o livro à frente do nariz!

2 comments:

Anonymous said...

Cá está de novo e espírito mesquinho e anti social que defende a toda hora o neo-liberalismo que há-de acabar com o Estado Social, com a Segurança Social e com o Serviço Nacional de Saúde.
Este blogue nunca mais deixa de dizer disparates? Nunca mais fecha?

Marques Correia said...

Nova tentativa, sem gralhas (I hope so)

Anónimo, meu filho bruto, valha-te S. Neutel!
É claro que blogs como este fechariam (melhor, seriam fechados) assim que a malta por cujo pensamento te guias passasse a mandar nesta merda toda.
Nessa altura, até os blogs, pasquins, jornais e outos que tais que ousassem manifestar o que pensam seriam tidos como perigosos inimigos do povo e eliminados.
Já vi esse filme, filho.
E não gostei...