Monday, March 26, 2007

A guerra do Iraque e o pateta do Soares

A Associação 25 de Abril (sempre, sempre,ao lado do povo e contra o Império, jáááááá) arranjou um debate para assinalar mais um aniversário da guerra do Iraque (3 anos, 4?...).

Na sessão pontificaram os habituais anti americanos (perdão, anti Bush...) com destaque para o Mário Soares, a Ana Gomes (cada vez mais tola e mais de regresso ao MRPP ou, se calhar, a bater à porta do Bloco), o tonto do Freitas do Amaral, mais um ou dois rapazes do Bloco de Extrema Esquerda (a Ana Amaral Dias, salvo erro).

O Marocas, excitadíssimo, acha que tem que ser responsabilizado o Durão Barroso porque recebeu, nos Açores, o Bush, o Blair e o Aznar para (pasmem, como eu pasmei!) decidirem o ataque ao Iraque.

Então, quando a reunião ocorreu, o Durão foi acusado (e ridicularizado) de ter servido de mestre de cerimónias (ouvi, na altura, muito pior) dum encontro destinado a apoiar o Bush na sua decisão de atacar o Iraque.

Agora, sem pestanejar e sem temer que os presentes pasmassem ante a sua (desmedida) cara de pau e desonestidade intelectual, o Marocas vem dizer que o Durão e o Aznar participaram na decisão de atacar o Iraque!

Em que ficamos, carago?!

Monday, March 05, 2007

Os gringos estão loucos!!!

Nos States um professor foi apanhado com vinte fotografias de pornografia infantil.

Apanhou 200 (duzentos) anos de prisão, confirmados pelo supremo tribunal do estado (não me lembro que estado, nem me interessa muito).

Qualquer dia, um tipo que esteja a ler o Lolita, ou a ver o filme vê-se acusado de pedófilo (ou porno-pedófilo) e vai de cana. E se se babar em público, olhando a Lolita, se calhar é acusado de lascívia culposa e mama com mais uns anitos em cima.

Mesmo que nunca tenha ido à Tailândia nem tenha frequentado nenhuma das sacristias católicas americanas, em que os padres ministram a catequese em privado, mesmo assim, nunguém diga que está seguro...

Quando as penas não são proporcionais ao crime cometido, por que carga de água é que um criminoso se há-de ficar por crimes menores? Aproveita e mata já todos os que o trataram mal, o gajo que lhe sacou a garina, a garina que o trocou por outro, o motorista que lhe apitou na passadeira, o colega de escola que lhe sacou a merenda...

Estes gringos não se enxergam, carago!

Saturday, March 03, 2007

A democracia representativa e o verniz

Realmente, há muito boa gente que não lida bem com a democracia representativa. Há até quem não conviva bem com democracia nenhuma...

Vem isto a propósito da morte da OPA da SONAE sobre a PT e o chorrilho de disparates que alguns dos derrotados derramaram sobre quem, de microfone em punho, os quis ouvir. Honra seja aos Azevedo, pai e filho, que se portaram na linhaça, bem como ao seu representante na AG.

Ficámos a saber, por exemplo, que o Estado para não interferir, ser neutro, deixar o mercado funcionar, deveria ter votado a favor da desblindagem dos estatutos da PT. Quer directamente, por intermédio do seu representante, quer por intermédio da CGD.

Ou seja, esta gente acha que o mercado começa para fora das portas da AG dos accionistas da PT; o capital representado na AG está fora do mercado, para estas mentes brilhantes.

Por outro lado, estes iluminados acharão que a CGD e as demais empresas detidas a 100% pelo Estado não devem ter administrações independentes, focadas fundamentalmente na valorização dos activos, mas voltar ao tempo dos "komissários" e dos resultados persistentemente negativos que caracterizaram o sector público até há bem pouco tempo. Até se ouvia dizer que as empresas públicas não deviam ter lucros!

Mas não deve ser isso: deve ser só falta de pensar um bocadinho antes de falar ou de escrever...

Com José Manuel Fernandes, no seu já referido (post anterior) editorial no Público de hoje, ficámos a saber (enfim, levando um pouco mais longe o "raciocínio" do senhor) que só é legítima uma decisão (numa assembleia geral ou numa eleição para autarquias, presidenciais, legislativas...) quando a maioria relativa ganhadora multiplicada pela percentagem dos votantes der mais que 50%!!!!!!!!! Ó JMF, ainda estamos no MRPP, ou quê?!

A malta do tempo da outra senhora e (alguns monárquicos) refilam contra o actual modelo de eleições porque quando um governo resulta de uma maioria de, digamos, 47% dos votos expressos, ele tem o apoio de apenas 28,2% dos portugueses, se 40% se tiverem absitido de votar. E olham-nos com os olhos em alvo dizendo:

- 28,2% mandam nos outros 71,8%! É isto democracia?!

Pois é, para JMF como "só" estiveram representados na AG 67,5% do capital e destes "só" 46,6% foram contrários à desblindagem, o antigo stalinista conclui que 31,4% dos accionistas estão a decidir o que os outros 68,6% vão fazer.

Será que JMF chegou da Albânia (ou terá sido da China?) há meia dúzia de meses e ainda não percebeu como funciona "a coisa"?

Se calhar...

A propósito do fim da OPA da SONAE

No editorial do Público de hoje, dia 3 de Março, José Manuel Fernandes (JMF) escreve sobre (melhor dizendo, contra) o fim da OPA da SONAE, que atribui ao facto de Portugal e o Governo serem iliberais.

Concretizando, JMF critica o representante do Estado na AG da PT por se ter abstido e o representante da CGD (a que chama banco do Estado) por ter votado contra a desblindagem dos estatutos da PT.

Com toda a deselegância, o editorialista refere o "passado leninista" do ministro Lino que lhe permite "dizer que o branco é preto sem corar". É engraçado ler este tipo de prosa em JMF, um antigo militante da extrema esquerda (também de matriz leninista, recordo), deixando transparecer antigas guerrinhas que, pelos vistos, o tempo não resolveu.

Ao longo de todo o editorial, JMF assume várias coisas, como as intenções do representante da CGD: terá votado o que o Estado mandou e não o que o CA da CGD entendeu ser o melhor para valorizar (a médio prazo, claro) os seus activos.

Se pode servir de exemplo, este vosso escriba considerou, tal como a CGD, que as suas setecentas e tal acções têm muito melhor futuro na PT do que numa tal SONAE COM, com uma estratégia de desenvolvivento que é , no mínimo, uma incógnita.

Antes de proclamar que escreveria o mesmo editorial mesmo que não tivesse acções na SONAE nem dirigisse um jornal detido a 100% pela SONAE (temos que acreditar que ele é independente; mas quer que acreditemos que o CA da CGA não o é...) ainda nos brinda com uma referência ao patrão Belmiro que terá construído "o único grande grupo económico português (...) a partir do nada a seguir ao 25 de Abril"!

Ó JMF, então a história da empresa que detém o Público a 100% começou "do nada" a seguir ao 25 de Abril?! Informe-se, homem!

Sem beliscar o valor de Belmiro de Azevedo, há que ter a honestidade intelectual de não escamotear o período de gestação e crescimento do Engº à sombra de Afonso Pinto Magalhães (APM), que fundou a SONAE em 1959. É preciso também não esquecer o período conturbado pós 25 de Abril, das nacionalizações selvagens, em que o industrial colocou Belmiro (um "filho do povo") à frente da SONAE acabando por transferir para ele parte das acções (começou com 16% já em 1982), até Belmiro ascender ao controlo do grupo, com a morte de APM.

Controlo que nunca foi aceite pacificamente pela família de Pinto Magalhães, em particular pela viúva, que o contestaram em tribunal. Desistiram do processo sem nunca se ter chegado a um veredito.

Mas isso são outros contos...